Decisão de juíza do RS atende ação da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Associação de fabricantes diz que vai recorrer da decisão.
Associação de fabricantes diz que vai recorrer da decisão.
Uma liminar da Justiça de Passo Fundo (RS) determinou a proibição da
comercialização de andadores infantis em todo o país. Na decisão, a
juíza Lizandra Cericato Villarroel destaca que nenhuma das marcas
comercializadas estão dentro das normas do Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e que "a natureza do
produto se destina a bebês e crianças na fase de aprendizagem do ato de
caminhar, portanto, em situação biológica de vulnerabilidade
potencializada".
A decisão é em primeira instância e ainda cabe recurso. Os fabricantes dizem que vão recorrer.
Segundo a decisão, a empresa que não cumprir a determinação será multada em R$ 5 mil por dia.
A proibição do RS atende a uma solicitação de ação civil pública da
Associação Carazinhense de Defesa do Consumidor, por solicitação do
pediatra Rui Locatelli Wolf, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
No início do ano, uma campanha iniciada pela SBP foi lançada para
coibir no país o uso do andador de bebês, com o objetivo de aumentar a
proteção de crianças contra acidentes que, segundo os pediatras, podem
ser ocasionados pelo uso do equipamento.
O andador infantil é um aparelho usado para ajusar bebês no aprendizado
de andar. Compõe-se de estruturas rígidas, de formato variado –
normalmente circulares –, dentro das quais fica o bebê, preso à
estrutura por meio de tiras ou similares. A parte superior é construída
de maneira a proporcionar apoio à criança, ao passo que a parte inferior
é aberta ou mais larga, permitindo o movimento das pernas e dos pés. Um
conjunto de rodas presas à estrutura possibilita o deslocamento do
aparelho em diferentes direções.

O produto, que segundo os fabricantes proporciona "liberdade" a bebês
com idade entre 6 e 15 meses, que ainda não andam sozinhos, é
considerado "perigoso" por especialistas. Eles alertam para o risco de
acidentes e traumatismos decorrentes da queda de crianças em escadas, ou
mesmo queimaduras, já que dentro deles os bebês podem encostar em
superfícies quentes.
Segundo o pediatra Danilo Blank, membro do Departamento Científico de
Segurança da Criança e do Adolescente da SBP, o andador também pode
retardar a atividade muscular da criança, "que fica pendurada, sem mexer
a perna ou as articulações". "É um instrumento que não tem benefício e
oferece risco grave de traumatismo", explicou o médico.
Fabricantes vão recorrer
O presidente da Associação Brasileira de Produtos Infantis (Abrapur), Synesio Batista da Costa, critica a decisão judicial e afirma que os fabricantes vão entrar com recurso. Ele considera a determinação "emocional" e ressalta que o andador infantil é usado no mundo todo.
O presidente da Associação Brasileira de Produtos Infantis (Abrapur), Synesio Batista da Costa, critica a decisão judicial e afirma que os fabricantes vão entrar com recurso. Ele considera a determinação "emocional" e ressalta que o andador infantil é usado no mundo todo.
"Nem os europeus, que são muito certificadores, proibiram o uso",
afirmou. O Canadá é o único país onde os andadores são proibidos.
Costa destacou que no Brasil são vendidos, em média, 2 milhões de
andadores por ano, e que é de responsabilidade dos pais usar o
equipamento corretamente. "Acidentes com crianças acontecem sempre por
falta de cuidado das mães. Andador não é para descer escada, é para
andar em espaço doméstico sob supervisão de um adulto."
Em julho, o Inmetro avaliou dez marcas de andadores disponíveis no
mercado. Todas foram reprovadas pelo órgão. Em agosto, o Inmetro
anunciou que vai fazer uma certificação compulsória dos equipamentos.
Segundo o órgão, de todos os relatos feitos sobre a categoria de
"produtos infantis", 9,3% são relacionados a andadores.
"Ainda não existe uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) relacionada aos andadores infantis", destacou Costa. Ele
afirmou, ainda, que a decisão da juíza não considera os equipamentos
importados. "Trabalhamos para crianças, temos de fazer produtos cada vez
mais seguros."
Fonte: Globo.com
E aí mamães, o que vocês acharam da decisão? Realmente é perigoso? Já ocorreu algum acidente em andador com seu filho?

Maravilhoso post! Graças a Deus, com meu filho nunca aconteceu nada! Não deixei ele usar muito o andador. Parabéns pelo post!
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